domingo, 11 de setembro de 2011

Seridó é o segundo maior pólo boneleiro do país e busca expansão da produção por meio da Expoboné

Ele tem uma grande aceitação entre os mais variados públicos. Está na cabeça de todos, em qualquer hora do dia. Seja para compor um visual ou proteger do sol, o fato é que os bonés são peças que nunca saem de moda. Pelo menos é o que asseguram os trabalhadores das 80 empresas da região Seridó que atuam nesse setor. O segundo maior polo produtivo de bonés do Brasil emprega cerca de 2.400 pessoas, produz algo em torno de 2,4 milhões de bonés por mês e fatura quase R$ 5 milhões por essa produção. Atualmente Caicó e as cidades vizinhas de Serra Negra do Norte e São José do Seridó integram o Arranjo Produtivo Local (APL) de Bonelaria do Seridó. O Sebrae apoia esse arranjo fornecendo capacitações e consultorias para os empresários.

De acordo com gestor do APL, Pedro Alexandro Azevedo de Medeiros, esse projeto surgiu a partir da necessidade de melhorar a qualidade do produto. "Inicialmente esse trabalho só era feito pelo Sebrae, mas hoje, em virtude no nível de exigência, foi agregando outros parceiros como o Senai, governo do estado e IFRN - que está implantando o Centro Tecnológico Têxtil no Seridó. Além deles, a prefeitura de Caicó também nos dá apoio. Todas as instituições e órgãos levam inovações para as áreas tecnológica e de gestão", afirmou.

Pedro informou, ainda, que a maior parte dos bonés fabricados no RN são comercializados em todo o Brasil, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o gestor do APL, o ponto forte da produção é o boné promocional, como os brindes feitos pelas empresas. Mas há também uma grande demanda para o magazine, ou seja, os bonés com marca própria. "Caicó, historicamente, já produzia o chapéu de couro e tinha um setor forte de tecelagem. Mas houve uma crise nesse setor e as pessoas começaram a fazer alguns testes com o boné. Viram que dava certo e migraram para esse setor. Houve uma grande expansão com as campanhas eleitorais. Nessas épocas a produção triplicava. Mas, perdemos esse mercado depois que a lei eleitoral proibiu a distribuição de brindes. Por isso buscamos fortalecer os brindes promocionais", disse.

Pensando nesse fortalecimento, será promovido em Caicó, entre os dias 26 e 28 de outubro a 1ª Expoboné Nordeste. Segundo Pedro, já foram realizadas três edições dessa feira no Paraná - o maior polo produtivo do Brasil. "A feira terá fornecedores de máquinas e equipamentos, além de muitas empresas do Brasil inteiro. No dia 27 será realizado um encontro de negócios, buscando potenciais compradores. Além disse terá ainda um desfile para mostrar o resultado da produção. No total, são cerca de 35 estandes entre expositores e produtores", explicou Pedro.

Para o presidente da Associação Seridoense de Fabricantes de Bonés (ASFAB), Jaedson Dantas, a expectativa é que esse evento alavanque as vendas que foram prejudicadas depois que o setor perdeu o mercado das campanhas eleitorais. "A Expoboné vai receber pessoas do Brasil inteiro e é importante esse contato, pois vamos falar de inovação. Com a ausência do boné de política, nossa produção caiu muito. A cada dois anos tínhamos seis meses de produção que aumentava a quantidade de produtos em 100%. Creio que esse evento vai trazer muita coisa boa para o setor. Vai levantar o astral dos fabricantes da região", afirmou.

Potencial
Outro fator que tem motivado os trabalhadores do setor é a proximidade dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Na opinião de Pedro Alexandro, o campeonato deve aquecer o mercado, já que o número de turistas na cidade vai aumentar. "Cresce a produção de bonés, chapéus, gorros, e demais coleções feitas para o torcedor. Além disso, a comitiva de patrocinadores da Copa estarão por aqui e vão conhecer nossa produção. Esse setor é fundamental para nosso estado. Além de gerar emprego na região, esta vendendo o nome da região, movimentando a economia local", declarou.

Além da Copa, outra aposta do setor é a aprovação do kit escolar, pelo governo federal, que será constituído por doze itens e todos eles serão fornecidos em duplicidade para os 52 milhões de alunos do ensino fundamental. Além do boné, que agora fará parte do uniforme, eles vão receber bolsa de lona, que também pode ser produzida no Seridó. O Sebrae criou também a marca "Bonés de Caicó". Todos os produtos feitos na região vão ter esse logotipo na etiqueta. Hoje o boné de Caicó já é conhecido nacionalmente. Mas a marca fortalece cada vez mais essa identidade do boné com a região de Caicó.
Fonte: Diário de Natal

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